domingo, 16 de novembro de 2008
A Propósito
Não sou seu prêmio ou recompensa
sua sentença ou punição
Não sou seu grêmio, sua crença
Indiferença ou solução
Não sou relíquia ou raridade
a novidade da estação
Nem sua força de vontade
seu bicho de estimação
Não sou a mosca na sua sopa
nem a sujeira no seu chão
Ferida, mancha na sua roupa
Clube, parque de diversão
Mas sou aquilo que me der na telha
e que se assemelha
ao que você bem entender
Se me reconheço naquilo que não quero
e me fortaleço num abraço sincero
Se me compadeço do que menos espero
e já não esqueço que o preço do meu apreço é arriscar
Foi
Cabe alguma explicação?
Medos que não eram nossos
Nunca foi nossa intenção
Espalhar tantos destroços
O que fomos não será
Definido por palavras fáceis
Que alguém dirá
Não estará nos calendários, dicionários
Nem nas buscas do google
Quis manter meus pés no chão
Despenquei do mesmo jeito
Na tábua de salvação
Escorreguei, mais um defeito
Não sabia o que esperar
E esperei pelo pior
Mas o pior foi piorar
Quando eu entendi que te perdi
Por me perder
Ao ser o que eu não era
Hoje eu sei...
Hoje, eu só
Labirinto O Mar De Rosas
Nunca soube exatamente como vencer
Fui deixando arrumada a mala
Sentia o cheiro forte de éter no ar
Todo um circo armado, querendo agradar
e a burrice no erro de deixar passar
pois por passar por mim, o fim deixava de ser
Eu me joguei num labirinto
Deixei de lado o que eu sinto
tão cego que ficava impossível
ir além do raso
Eu me afoguei num mar de rosas
me enganei em verso e prosa
tão certo que já tava perto
me afastei, perdido
Sempre soube exatamente como perder
e fui deixando desarrumada a sala
na bagunça não podia mais me encontrar
Todo um circo armado querendo enrolar
e a burrice estampada por deixar pra lá
mas por passar por mim, o fim deixava de ser
Fui deixando arrumada a mala
Sentia o cheiro forte de éter no ar
Todo um circo armado, querendo agradar
e a burrice no erro de deixar passar
pois por passar por mim, o fim deixava de ser
Eu me joguei num labirinto
Deixei de lado o que eu sinto
tão cego que ficava impossível
ir além do raso
Eu me afoguei num mar de rosas
me enganei em verso e prosa
tão certo que já tava perto
me afastei, perdido
Sempre soube exatamente como perder
e fui deixando desarrumada a sala
na bagunça não podia mais me encontrar
Todo um circo armado querendo enrolar
e a burrice estampada por deixar pra lá
mas por passar por mim, o fim deixava de ser
Preciso Poder
Preciso poder contar com você
ter outras eternidades ao seu lado
e me divertir com os caprichos da nossa vontade
Preciso poder explodir nosso big bang
sempre que for necessário um novo começo
ou até mesmo pelo prazer da novidade
Poder te olhar e já entender
sem ser preciso desdizer
nem dizer toda verdade
Poder errar e não me esconder
não ter que ter nenhum poder
e poder não ter
Será querer demais ?
Será pedir demais ?
Será poder demais ?
Preciso poder gritar com você
e preservar o respeito em potes transparentes
etiquetados com o prazo de validade
Preciso poder me satisfazer
por estar por perto, mesmo afastado
e confiar, na certeza da cumplicidade
Preciso poder ser impreciso
A Borboleta
Os pais de sua namorada exigiram o fim daquela relação
que já durava cinco meses de muito carinho e reprovação
Sempre que se chateava cortava os braços com gilete pra chamar à atenção
Tinha carência afetiva, achava que seus pais gostavam mais do irmão . . .
Um dia olhou pela janela, imaginou como seria o seu vôo até o chão
Mas quando pensou na sujeira que ela causaria..
desistiu, foi ver televisão
Ensaiou o que diria se um dia fosse "artista
homenageada no Faustão"
Enxugaria as lágrimas, abraçaria amigos
e a mãe teria o seu perdão
Voltando a realidade,
ela encontrava um quadro que não tinha muita solução
Se achava velha, muito nova, gorda ou muito feia
Sempre inadeqüada pra situação...
Tinha que engravidar, criar, envelhercer, morrer... como todos esperavam
Tinha que renunciar, agradar, obedecer, vencer... como todos desejavam
Até que ela partiu
Ela partiu pra bem longe
Pra distante o bastante pra suportar
Ela partiu
Ela partiu pra bem longe
Tão distante parada no mesmo lugar
Ela partiu
Ela partiu pra bem longe
Pra distante o bastante pra suportar
Ela partiu
Ela partiu pra bem longe
Tão distante, onde nunca deixou de estar
Ela partiu ....
Ela partiu ao meio
Borboleta: é a imagem sugere a teoria do caos que uma simples borboleta pode desencadear a destruição total do mundo
Nera
Incendiando tudo ao meu redor
Incendiando minha vida
Eu só observando a natureza dessa chama
que inflama, se alimenta com seu ar
Ar que me falta, que me esgota
toda vez que você chega
mas não chega
e me trata com desdém
também nem bem me conheceu
Me esforço, me lanço
me queimo no fogo
Insisto, resisto
Invisto no jogo
Sem cartas na mesa
certeza nenhuma
Nera
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