Ao luar os versos se levitam
celebrando a musa íntima
que no patamar do céu se inclina
para o horizonte do poema....
celebrando a musa íntima
que no patamar do céu se inclina
para o horizonte do poema....
Os seus olhos declamam infinitos
e na praia dos seus cabelos
a luz vestida alma, nessa íris sublimada
escreve a eternidade do sentir...
e na praia dos seus cabelos
a luz vestida alma, nessa íris sublimada
escreve a eternidade do sentir...
Numa madrugada pouco fria sem estrela cadente
Estava na varanda admirando a lua carente
E pensei: como pode tanto brilho reluzente
Não lhe render mais que a glória de clarear a noite dos amantes
O seu altruísmo em refletir a luz do sol
Faz com que a noite não adormeça o girassol
Mas uma musa adormece enquanto o poeta tece
Seus versos embalados na onda do universo
Que une a lua, a musa e o poeta
Ela estava debruçada na cama de lençóis claros
Senti que exalava e flamejava um fluir intitulável
E me vi fascinado por uma imagem geralmente normal
Era inexplicável e ao mesmo tempo tão explicito
Que ao seu redor havia uma áurea que encantava-me e a noite calma
E minha áurea fascinada a sua áurea contornou querendo a envolver
O encanto do sono se revelou
O perfume do doce cacau lhe foi destinado
Ela que chamo de musa
Ela que chamo de chama da minha poética
Senti a lua incidir seu brilho com mais intensidade
E as estrelas loucas, querendo me cativar
E roubar a atenção que não conquistava na cidade
Voltei à janela, afaguei-a de longe
Repousei, respirei fundo e senti a paz de um monge
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