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A Arte De Reinventar - Ajuste Suas Antenas

"já me sinto feliz se as palavras tocam ou te fazem pensar nem que seja por 1 segundo apenas, isso mostra que a mensagem foi lançada ao mar numa garrafa e chegou onde deveria chegar no coração de alguém que entendeu essa loucura que é o amor "

"Palavras que queimam na minha boca, Derreterão dentro de seus ouvidos"

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O PAPEL E O POETA


Não quero mais ser um coadjuvante,
Para ser lembrado apenas por um lapso.
Estou farto de pensamentos disfarçados em abstrato
Ziguezagueando por entre linhas de raciocínio.

Quem é o criador?
O poeta que se torna escravo de suas musas,
Ou o papel que as alforria silenciosamente?
Perguntas sem respostas,
Cuja desculpa se encontra
No último parágrafo.

Cansei de ser o fardo de uma pena
E depósito de frustrações.
Quero libertar-me desse jugo
E prender-me em minhas próprias idéias
Ser o personagem da minha própria pessoa.

Quero atuar em meu próprio mundo
Ser a minha gramática,
Sem uma sentença que me condene.

Quero descobrir o meu verdadeiro papel
Poder enxergar a mim mesmo
Não sobre uma escrivaninha fria e empoeirada
Cujo tempo a esqueceu no esquecimento,

Mas sim em cada alma
... Em cada poesia.

Soneto


Ao luar os versos se levitam
celebrando a musa íntima
que no patamar do céu se inclina
para o horizonte do poema....
Os seus olhos declamam infinitos
e na praia dos seus cabelos
a luz vestida alma, nessa íris sublimada
escreve a eternidade do sentir...


Numa madrugada pouco fria sem estrela cadente
Estava na varanda admirando a lua carente
E pensei: como pode tanto brilho reluzente
Não lhe render mais que a glória de clarear a noite dos amantes

O seu altruísmo em refletir a luz do sol
Faz com que a noite não adormeça o girassol
Mas uma musa adormece enquanto o poeta tece
Seus versos embalados na onda do universo
Que une a lua, a musa e o poeta

Ela estava debruçada na cama de lençóis claros
Senti que exalava e flamejava um fluir intitulável
E me vi fascinado por uma imagem geralmente normal

Era inexplicável e ao mesmo tempo tão explicito
Que ao seu redor havia uma áurea que encantava-me e a noite calma
E minha áurea fascinada a sua áurea contornou querendo a envolver

O encanto do sono se revelou
O perfume do doce cacau lhe foi destinado
Ela que chamo de musa
Ela que chamo de chama da minha poética

Senti a lua incidir seu brilho com mais intensidade
E as estrelas loucas, querendo me cativar
E roubar a atenção que não conquistava na cidade

Voltei à janela, afaguei-a de longe
Repousei, respirei fundo e senti a paz de um monge