No Jardim

Ela despediu-se do seu ex doce amor
Ela partiu em uma caminhada até o distante nunca mais
Ela falou que jamais voltaria
Ele jurou que entenderia e encharcado em choro
Milhares de luas passaram
E sempre ele estava no mesmo lugar lembrando
Muitas tardes se acabaram
Se acabaram em seu olhos e em seus lábios

Usava a mesmo calça de sempre
E se ela voltasse não iria se enganar
Os mosquitos o mordiam
Suas roupas, sua tristeza e sua ilusão
E o tempo se passou
E seus olhos se encheram de entardeceres
E pela solidão ele se apaixonou
E seu corpo se enraizou no jardim

Seu cabelo se branqueou
Seu coração parou
Seu tempo morreu
Mas nenhum barco e nenhum ser
Por mais maravilhoso que fosse
Conseguia trazer aquele sorriso
Que ela seu amor lhe devolvia
E na roda de conhecidos lhe chamavam
De o depressivo do não quero mais
E em uma tarde de dezembro

Tentaram leva-lo ao ilusodromo
Ninguém pode arrancá-lo
E do amar nunca jamais o separaram

Ficou, sozinho, com seu espírito
Ficou, com a lua e com o amar
Ficou nesse lugar, ficou, até o fim dos dias
Ficou naquele lugar, ficou, no jardim do não querer mais
Sozinho, sozinho lá ficou